quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Amo porque amo, amo por amar



É bom
num azul e cristalino lago
mergulhar de olhos abertos
(sem medo algum),

e nunca deixar tombar o coração
à frente de qualquer mistério,
mesmo que dele se faça um desvario
(é preciso que o olhar aprenda a caminhar sozinho)


para ter sua vaidade de volta,
sua vontade de viver, seu sono
sua alegria,
deve-se ter tudo contado bem direito


Para amar como eu.
Pois amo porque amo,
amo por amar
(amo pois tenho guardado em mim, todos os sonhos do mundo)

sábado, 11 de outubro de 2008

Sobre abrir as portas do teu peito



Estava sentada, com o vento batendo calmamente em seus cabelos e carinhosamente acariciando seu rosto.. sentiu que aquele poderia ser o porto seguro pelo qual ela não esperava.

Sentia um medo, um frio, uma insegurança que lhe doía das pontas dos dedos a uma parte bem perto de onde seu amor estava tão fortemente protegido. Não queria mais deixar cair uma lágrima tão salgada carregada de tristeza, daquelas que ardem quando caem, que você sente quando desenha no seu rosto um esboço de tristeza.
Enquanto não sabia ao certo o que poderia estar acontecendo, decidiu resguardar seu coração para que ele não mais fosse derrubado pelos fortes ventos que lhe doíam o peito lhe trovejavam os doces lábios.

Pensava de forma tão ágil e fugaz quanto havia agora de ser, pois precisava cuidar do que era urgente, precisava cuidar de si. Andava sempre aos pulos como se carregasse um vulcão atado ao seu peito. Sempre possuiu tudo que tinha para ser a mais feliz a mais querida a mais amada. Não mais sabia que queria ser tudo isso.

Era verdade... tinha seu medo particular. Mas a ansiedade que provocava nos outros não era coisa sua não... era das pessoas que com ela gostam de tanto conviver. Porque de repente poderia pensar que poemas somente davam as palavras a intenção que interessava a quem lhe escrevia, como se tanta sensibilidade não possuísse a real e tão forte força cega que tirava todo o ar do peito de quem lia seus olhares.

Era um forte clarão, era seu real porto seguro. Ele sim; que já andou aos trancos pendurado nas quinas dos barrancos. Ele, que já não teve tempo nem amigo e nem futuro, como uma simples piada que pode dar em risada ou punhalada com uma mesma garrafa de cachaça e que acaba em carnaval ou desgraça. Ele, que vivia de repente, pois não sabia o que vinha pela frente... então costurava fantasias.. e talvez, morrendo em agonia por amor ou por ciúmes. Para cuidar de si, ele se agarrou na barra da manta da poderosa vontade que tinha de fugir dali, de criar sua própria moradia momentânea no meio de tanto espaço preenchido por um vulto, por um tumulto.

Por um momento, o que ele teve medo de perder era a ligação que possuia com toda aquela alegria, o perfume do interior. Podia dar um banquete com tanta energia, mas samba de meio-amor era que não iria lhe fazer sentir mais não. Queria fazer uma obra completa peito a peito, boca a boca. Queria dar novamente as marcas de uma verdadeira e doce paixão, dar cada sinal do teu temperamento, cada nó que lhe fazia ver nascer uma alma ansiosa, faminta, uma alma de forte mulher. Não seria nunca mais iludida e traída quando abrisse as portas do teu peito.

Ele queria mostrar que era ela bem-vinda bem-amada. Mas não sabia como e por conseguinte não sabia se o deveria fazer. Enfim, se acalmou. Escreveu... leu... pôs pra fora tudo aquilo que precisava ser dito, construindo tantas imagens quanto eram os pensamentos que passaram por sua mente. Escreveu algumas linhas pensando em uma sensível explicação para todas aquelas sensações.

Entendeu que não era um aforismo, uma ilusão que resume um princípio qualquer. Era uma forte exteriorização de puros sentimentos.

Tentou fazê-la entender, sentou com ela. Conversaram, ficaram ali sentados, olhando um para o outro, como se fosse possível não haver adeus jamais. Ele temia que ela talvez não entendesse, mesmo que houvesse toda a luz da sua energia iluminando, não era algo que nela poderia ser facilmente aceso, ou desvendado.

Ela poderia responder sim ou não.. talvez.. . Agora, ela se preocupava em observar a ansiedade e a espera. Enquanto sabia... (sim, agora sabia ao certo o que estava acontecendo).

Desta vez, ela deixou cair uma lágrima salgada carregada de tanta felicidade (daquelas que não ardem quando caem e que você não quer enxugar). Tinha um leve sorriso no canto rosto (daqueles que você não percebe quando dá). Ele enxugou sua lágrima e explicou o porquê. E aquele foi o jeito mais verdadeiro que alguém lhe tocou o rosto nos últimos 18 anos e 10 meses.

Ensaio sobre a fé



Quem me dera poder
entregar-me de corpo e peito ao firmamento
e ser para sempre esse fino vento

e poder teu rosto acariciar
(sem que acordes)

e poder tua alma tocar
(sem que percebas que por dentro, consigo de transformar)

e teu pescoço, com um longo e doce beijo, envolver..

E sem uma estrela guia partir,
levando somente teu perfume
(lembrança que deixa o amor eternizado em teu corpo)

Mas há sempre de existir uma esperança
para quem padece de caminho

Pois é...
agora aponta pra fé .. e rema .

Naco da eternidade



Eu vi o espinho e a roseira nas suas mãos,
senti o perfume e o céu ao tocar teu rosto,
vi nos teus olhos cansados, tanto amor
(e tantas safiras que se faziam esmeraldas
no relance de uma luz que paira)

Eu a vi deitar num beliche de flores
e viver um sonho profundo.
Senti amores fazerem-se reais ao tocar sua branca pele
(Eu a vi largar meus braços
com um longo suspiro, dando a luz
a minha eternidade em desatino)

Contra-Corrente (texto)



Após ter visto as pesadas cortinas se fechando bem diante dos seus olhos, não conseguia mais negar que eles foram traídos por correnteza solta e tão forte quanto eles a imaginavam fraca, tão forte e tão contrária ao sentido no qual seu amor navegava.

Deitada ao lado da água que rolava, e se pensava e se parava e se chorava e se pairava sobre seus pensamentos que, desastrados, esbarravam no céu estrelado e caiam em si, retornando a realidade e tocando o chão que lhe esfriava as costas e lhe colava o peito.

Sabia que aquilo havia lhe secado por dentro, pois antes não era alguém para qualquer um chegar e dizer adeus, deixando poeira na cama desmanchada, pois não suspiravas com a submissão. Eras de arrancar à força, guardada cá dentro, toda a força de seu peito, para fazer forte o homem que lhe ama. E foi assim que o fizeste um dia. Mas agora já não sabes mais se consegue novamente a vontade de viver de volta, pois lhe havia roubado o coração cara a cara, fronte a fronte, peito a peito .

Agora o que mais desejava era ficar sozinha com seu desalento, pois queria ver como que podia ter sido feliz... feliz e iludida, pois o que não sabia, quando entregou seu coração a um canto qualquer, era que estava desperdiçando seu alento. E quando finalmente bateu aos teus olhos a ofuscante e branca luz do horizonte lá se tinha ido seu amor, seu orgulho. Lá se foi para o acervo de uma forte e latejante dor.

Não importa mais sua obra quase completa, pois afinal tudo se reverte, tudo está na natureza ,encadeado e em movimento; sua raiva sua dor a tristeza carne moinho lamento ódio dor gordura sangue e frieza. Misturando cada elemento, sente-se o paladar do suco dos sentimentos. Reintegre a mistura por dentro, moa tudo e sangre o coentro. Terá no fim a essência do seu sofrimento, numa perda lenta e fisgada da sua alma.

Deveria agora agarrar as folhas, encontrar um pouco do naco da eternidade. Pois deitando-se nesta terra, serás tudo que sozinha conheceu : Serás semente adubo colheita céu centro firmamento e estrela.

Para guardar seu peito da forte contra-corrente, o melhor é ficar num sono profundo, com sua inocência assim ... cristalizada... mas a gente deita num beliche de flores e não dorme ... de tanto olhar para as estrelas e tentar alcançá-las ... (quando as nuvens ousam formar as tênues linhas do seu rosto)

Amor em vida (texto)


Foi embora, e não quis mais voltar. Arrombou a porta e saiu à rua. Pegou o primeiro ônibus que passava. Precisava urgentemente encontrar um lugar para fugir dentro de si, para se achar dentro da terceira pessoa narrada em primeira que não achava o seu âmago, quando mais precisava saber quem era, quando mais precisava encontrar o silêncio que lhe cortava por dentro.

Descendo a segunda curva, sentiu um fino vento batendo no seu cabelo. Fechou os olhos. Tentou achar um cômodo vazio dentro da imensidão da sua alma, para preencher com suas lágrimas tão salgadas quanto o mar, cada canto daquele lugar, guardar tudo em um só momento e fazer um bolo de rancor cá dentro ... para que a criatura repare no seu sofrimento, na essência do seu tormento. E quando ela encontrar invertida a correnteza verá como o fraco coração reage à ressaca e como resiste à surpresa.

E quando sentiu um forte pé-de-vento, quando despontou o segundo horizonte, viu que lá já se tinha ido
seu amor, a matriz da sua obra quase completa. Então percebeu que havia se criado seu tormento; entendeu que estava vestindo um efémero boneco de farinha sem amor , sem nenhum condimento , sem nenhum coentro.

O que mais precisava era de somente um dia para fazer desabar pelos cantos dos barrancos a fantasia que tinha vestido para acabar com sua agonia, que já não deixava mais bater a luz do dia no firmamento que achava ter guardado dentro de si. Era somente o que ela pedia, um pequeno dia para se curar de todas as feridas deixadas por um amor de falsa magia.

Havia criado sua promessa. Não deixaria ninguém jamais desperdiçar novamente seu alento.
Queria passar a limpo sua vida, reatar seus laços desfeitos pelo veneno que descia cortando os nós com seu paladar violento. Feitos de um nobre linho, seus sentimentos, um a um, foram carinhosamente sendo
atados novamente.

Ao deitar do sol nos campos, ganhou finalmente seu momento de alívio. Foi possível então que não mais batessem às portas de seu peito os trovejados cantos das ondinas. Percebeu o mato ao longe e como verde eram suas copas. Assim como seus olhos, que agora descansados, se deitavam sobre a ramaria.
(Viu que o seu amor era como um passarinho, que saía afora pelo seu caminho, sem saber onde pousar).

Manhãs do coração



Pus meu coração em outra estrada
outra noite enluarada,
para que se possa apreciar
(abri as portas da alma,
amanheci com teu perfume,
para sempre te amar)

Cabe o mar nesta cena



Entre teu "sim e não";
de mim
só deixo escapar uma rouca voz

para fim de conversa,
só me basta um olhar
( e quem me dera poder nele mergulhar
para sempre, sem perder todo o ar)

Sem atracar no cais



Entreguei meu coração ao teu canto, outro riso em pranto
para que seja a dona destes novos portos

Assim, abri os braços para navegar, deixei sair de mim
o que mantinha por perto o teu olhar

E, agora, tuas redes (que machucam feito exército em marcha)
fazem tremer as paredes de meu peito ao se arrastarem para longe

também retira-se o céu cinza, belo e assombradado,
dando lugar a sublime e triste noite
(as ondas cantam versos trovejados,
e tua alma indo a toa)

Teu leme deixa profundos cortes em minha alma,
traçando nos olhos, tortas linhas que aproximam
mas te levam embora das margens do meu peito

Em silêncio, escondo todos teus amores em meu cais
(que agora, abandonado por tuas velas, machucado por
tuas cordas, chora lágrimas mais salgadas que o mar)

A bela cor do Regato



Guardei minhas canções no exílio
Deixei meus desejos num raso barco ancorado as margens de teus labios
(sempre a espera de um marinheiro, que por ti, irá cruzar um bravio mar )

Ah, sonho em bem de perto fazer-te ouvir minhas juras de amor,
que agora tristes, gritam no rouco silêncio,
procurando teu cais para atracar

E quando escutares o bater de minhas águas, saiba que chego
então farei dos píncaros da noite, o fervor da alvorada
(e sentirás, sobre a pele, aquecer a ultima garoa...)

então o mais belo de tudo acontece ..
quando tua alma amanhece,
(livre parar abrir as portas de teu ninho, alegre para cantar)

e assim navego por teus olhos,
verdes como a ramaria
belos como a aurora
(e a alma, a singrar a toa)

amo por ti,
pois vejo em cada sorriso uma razão de poesia
em cada olhar uma unica harmonia

Me leva cada verso que me vai ao pensamento
da noite enluarada, a paixão que me alteia

Desatino



Ouça ..
O silêncio na alma se amontoa
fazendo-a perder seus mais puros sonhos

meus exilados tambores desistem,
perderam sua afinação ,
cansados de tanta lágrima em suas peles tocar ..
(deixando somente o frio som da solidão ao
preencher o vazio que se faz quando levas embora teu olhar)

O prólogo do amor é o teu sonhar:
é belo quando de longe se espreguiça o dia,
como o luar , que, agora cansado, deita-se sobre a ramaria
é belo quando teu sorriso amanhece, livre para viver sentir e amar ...

mas não se contenta se somente do fim for a vítima da dor que anseia
quer tomar meu epílogo no mais triste desandar,
quer ver teu canto, em outra direção navegar,
me pondo cada verso, da sublime madrugada à triste lua cheia

resta-me ,agora, minha triste encenação :
Irei por meu coração ao som da barcarola, sobre a água que rola
e deixarei singrar ..
(assim como o amor que termina,
quando deita a noite delicada e fina, e põe seu sol em outro lugar)

És todo mar



Fez-se mar em teu olhar
desfez-se em pranto, o meu amor

teu lindo rosto ilumina minha solidão
(que nesta noite sem estrelas,
é minha única guia)

Ainda, em teu singelo sorriso,
uma vaga lembrança insiste em se instalar

Mas te guardo aqui dentro,
(juntinho a mim, para que nunca se sinta sozinha)

E se ?



E se a gente pudesse tudo?
E se a gente pudesse ficar pra sempre junto?
E se a gente pudesse ser pra sempre feliz ?
E se você pudesse ser pra sempre minha (só minha) ?
E se você quisesse morar aqui dentro, para estar pra sempre protegida ?
E se você acreditasse que te todas és minha protegida, meu amor, minha salvaguarda ?
E se você fingisse que ficava surpresa todas as horas quando todo de mim era tomado por sua beleza?
E se você acreditasse no amor sem fim, sem dor, com um único ardor ?
E se eu mudasse só pra poder ficar mais perto de você ?
E se eu me transformasse só por sua causa?
E se eu fugisse de todos só pra te amar ?
E se eu te prometesse que serás sempre minha pequena(você iria acreditar?)
E se eu, de tanto de ti gostar, escaparia até de mim para o teu amor encontrar ?


E todas as perguntas,
(tendo todas as respostas deitadas no mais belo amar)
me fazem em teu peito descansar tão profundamente,
que me esqueceria do tempo,
me curaria de todo o desalento.

Agora me diga,

e se nós pudéssemos criar os nossos "sês"?

Pôr-do-sol


Teu olhar de quem não mais ama, anuncia o medo maior
o lindo rosto de quem um dia se apaixonou
ousou tirar-nos a glória
(me deixando somente a dor)

Lindo sonho,
onde um dia já guardei meu coração,
foi desfeito e se tornou apenas triste fantasia
que entre falsos sorrisos mora
(e do meu mar de lágrimas desancora)

A cinza partida levou embora teu amor
que um dia fora dito "sem fim"
(e em meio ao meu pranto)
fez o teu sol se pôr para mim.

Sobre partidas


Teu curioso amor me faz as vezes pensar,
sempre me faz sonhar
(e nunca deixou de me libertar)


Mas, sem um mar para navegar,
o pranto do poeta procura o seu, construído por lágrimas


Que aos poucos é derramada pela sua solidão, por quem
os ventos sopram, agora, em outra direção.

Sobre o Silêncio



Senta ao meu lado

abrindo teu sorriso ao sol
(segura minha mão)
me leva pro infinito da sua vida

Estenda teus braços para me protejer
me esconde de todo mal,
de todos os laços ruins tentam me alcançar

Me faz descansar os olhos,
para ouvir o profundo silêncio
(carinhosamente desfeito pelo uníssono
som dos nossos corações, que como
o bater de asas de uma púrpura borboleta,
seca em nós todas as lágrimas de tristeza)

Sobre Horizontes



Não há tempo que volte
não há tempo que perdoe
(existe o tempo que por ti me faz viver )

Acredito em tua paixão
teu bem querer me deixa amar
tua mente vive através de meu coração.

Navego neste mar,
e aproveito cada vento
para me levar ao infinito
horizonte deste lindo sonho

Para que possa, enfim, te encontrar
e te ver deitar o sorriso ao sol poente

Lágrimas



Como num rito de transformação, deitado fico
cansado da vida
longe de tudo, de todos

Fico ali, bem ali
pensando pairando sobre o que passou

o sol batendo no meu rosto esquenta a pele já quase fria...
me acalma.


Penso se vale a pena voltar
Será que o bom da vida se encontra após a sua ligeira passagem?
ou será que já vivi o suficiente ?



Pela ponta de meus dedos sinto minha essência escapar
como se estivesse tentando fugir, querendo se libertar
(a alma já não mais me pertencia)



a diferença entre meus estados era de uma lágrima e um último carinho:
Se a vir vagarosamente descer pelo meu rosto,
tenhas a certeza que sempre estarei contigo
nos mais intimos pensamentos e sonhos



Porém se me afagas,
acaba de me acordar do sonho eterno,
de dar-me mais uma chance para que lhe ame .

Meu amor.
Para nós, a promessa da vida eterna está a uma lágrima de distância.

A meu favor, tenho o mistério dos teus olhares



"Pois se é no "não" que se descobre de verdade
O que te sobra além das coisas casuais ?"
(Marcelo Camelo)

Do mar, saiu o verde,
e foi morar em teus olhos

Da calmaria saiu teu coração,
que preferiu manter tuas emoções escondidas
(guardando em tua alma longos traços da mulher escorpiana)

A cor que mora em teu par de belas esmeraldas,
reflete o interior da alma,
cheia de púrpura, revelando teu misterioso, curioso amor.

E assim fica,
se esconde nesta fortaleza,
(atraindo, com a mais pura beleza
quem ousa se aproximar dos teus portões)

por dentro ainda és apenas uma menina
mas com forte temperamento
com fixo e único pensamento
(e ainda consegues esconder, por trás de teu sorriso,
o mais tênue sentimento)

e quando finalmente o romance acontece,
se entrega devotada ao desnorteante ardor
que queima como fogo em teu peito,
com a infindável chama dessa paixão.

Entre desamores



Entre juras de eterna amizade,

ousou surgir o sentimento

Sobre juras de eterna paixão, pisaste,
levando consigo o cristal de maior valor,
o teu amor
(que, inocente, mora no peito de quem
sozinho lhe ama)

cortaste a fina linha que unia dois corações.
Levou embora teu perfume,
(que me deste para desintristecer meu ar)

Perdeste o verdadeiro por diversões (entre ilusões)

A cura para minha alma


Tanto tenho para te dizer
tanto dentro de mim pra lhe confessar
mistérios do amor e da vida guardados
(tudo que ficou pra trás)

Guardo todas as cartas te amor que te escrevi
(e feliz seria se pudesse agora me ouvir)
iria susurrar em teu ouvido palavras de eterna paixão
únicas frases soltas na loucura de meus lábios

Se confiasses novamente em me seguir teria o mundo que nao pude lhe dar
tudo que ficou guardado sob o grosseiro pano de minh'alma
o casto e verdadeiro sentimento que sempre por ti existiu

se pudesse, aqui dentro,
ouvir silêncio que fica imenso sem você,
ver um lugar onde tempo passou e não fez esquecer

deixa teu perfume então tomar meu ar
para conseguir me fazer rir entre as lágrimas
para me curar as lástimas

agora é a solidão quem me sorri
(nosso sonho ,tão lindo assim,
não deveria nunca ter tido um fim).

Olhar para trás



É olhando para trás que nós resgatamos as memórias

os amores, as brincadeiras
as velhas amizades

é ao olhar para trás que nós percebemos o quanto o tempo passou
quanta história temos para contar
(o quando que ainda temos para viver)
deixando tortas e sinuosas linhas no livro da vida

Abrir a caixa das paixões, onde ficam guardados os especiais momentos
(e deitado no chão, tirar lá de dentro aquela foto)
sorrindo lembrando dos tempos da juventude

O "olhar para trás" é sentir saudade daquela época quando nada nos preocupava
só importava a felicidade e as cirandas
só queríamos saber de ser feliz

Quem me dera poder voltar naquela época aos meus amigos,
e ver a meninice brincar de novo em meus olhos.

Carta branca

Para Mariana Oliveira e Castro, uma demonstração única de amizade verdadeira, paixão, carinho e sinceridade atados a um sorriso de eterna lembrança que nunca perderá seu brilho.



Senta ao meu lado
deixa eu te contar meus segredos
deixa eu te mostrar meus aflígios

me dê a cura
(cure minha loucura)
me dê uma das causas do viver
me dê a razão pela qual devo amar

pelo bom sofrimento ?
por tua amizade?
por tua paixão?

A ti confio mais puro sentimento,
a mais pura das emoções,
lhe dou o mais seguro refúgio

em mim terás sempre salvaguarda garantida
em meu amor teu barco navegará para sempre
em minha mente terás sempre a cura para tua dor

( e ninguém será capaz de lhe soltar da minha mão )

no lugar mais profundo e inatingível de meu coração,
guardo nossos pensamentos ,
para que nunca te machuques,
para que sempre possas ser minha única .

Teria como tristeza maior , tua partida
tenho como maior conquista, tua amizade
tenho como maior glória, teu amor .

Sempre irei lembrar de nós
em nosso castelinho você estará para sempre guardada
A ti, dou todo meu amor

Em nosso ardor, guardo todas as lembranças deste caminho
por nós percorrido
por nós guiado

Neste lado, seguro teus olhos e teus beijos
no outro lado, mantenho teus segredos
e muito longe de nós, deixo de lado nossos medos

sem tuas palavras, quem eu seria?
Quem me faria desistir do que daria errado ?
quem me mostraria a trilha para o eterno?

E vou levando assim ..
a mais digna das amizades
na mais singela calma ..

-Sempre terá carta branca para morar em minha alma.

Pensamentos


Pensa que é importante
pense em nós dois
lembre dos ruins e dos bons momentos

Não faça tanto drama
imagine o ideal
(o surreal)
agora traga para a nossa realidade

traga pro nosso lado
transforme em nosso sonho
dê-me a chance de te fazer feliz

lhe dar o mundo,
a mais bela das vidas
o mais singelo dos sentimentos

O amor
o verdadeiro, o único
(o inesquecível)

aquele cercado , em seu alvorecer ,
por incertezas e por medos
(tua fragilidade é agua passada)

tenha crença
a ti meu amor estará para sempre confiado
minha mente para sempre confinada

Tenho-lhe como cristal de maior valor
maior do que a vida (que nada seria sem teu ardor)
maior do que o incalculável horizonte do universo

Maior do que a alma de um poeta,
que por ti, sofreria sem dor,
uma eterna solidão.

Acredita



Segura minha mão,
pode vir, é seguro.
Vem comigo que eu te mostro o que é verdadeiro

Por verdes infinitos campos andei a te procurar
a vida desafiei
Nada temia, pois a busca por teu amor era minha eterna guia.

Nao tenhas medo, confia em mim
Sei que te afliges o pensamento de acreditar no inesperado
Mas não pense nisso
Fica ao meu lado
Deixe-me te levar de volta pelas trilhas

Vem me abraçar, vamos caminhar ..
até chegarmos lá do outro lado
onde, juntinhos, molharemos nossos pés no mar,
e ficaremos para sempre, nesse lindo sonhar.

Intimo silêncio



Fixava-se no meu olhar de forma tão profunda,
que se punha a decifrar-me os pensamentos
via em mim coisas que eu jamais seria capaz de enxergar

Meus mais íntimos pensamentos,
meus mais intimos sentimentos
Desvendava e curava meus medos com o singelo toque de seus dedos

(ao teu lado me sentia deitado em pleno colchão de flores)


O escandaloso silêncio que se mantinha entre nós
nos deixava cada vez mais unidos,
acabando por revelar nossas almas como uma só
Uma única que jamais será esquecida

Guarnecida de toda proteção que um verdadeiro amor é capaz de dar;
lhe mantenho em meu coração,
para que eu sempre possa te carregar junto a mim,
dando cada vez mais força ao infinito ardor dessa paixão.

Memórias



Sob a luz de minhas memórias, lembro de nós
(e imagino)

E se tudo fosse como se nada devêssemos ?
E se tudo fosse como queríamos ?

Lembro do teu beijo (do fogo de teu desejo)
Afagavas meu peito com tamanha paixão,
e com sacra ilusão, eras respondida por meu coração

O sentimento de que a ti podia confiar meus segredos (meus medos).

Em teus braços castos, deitava-me
e nossos caminhos cada vez mais encontravam um no outro o refúgio,
perdia-me por completo na bagunça de nossas mentes.

A ti, lhe prometo meu amor .
lhe prometo todo o ardor que um fogo de amor (vivendo por ti)
é capaz de dar .

Não me importa o contorno dos teu braços, me importa o teu abraço
Não me importa o formato de tua boca,
se o que eu realmente procuro, é incondicionalmente me perder na loucura de teus beijos

Me importa o elo forte do teu coração,

Onde, para sempre, estará presa minha doce, verdadeira ,
e certamente minha única paixão .

Salvaguarda do meu amor



Sob teu carinho

como se nada jamais me dissesse respeito

Em teu peito minha mente viaja.
Em meus pensamentos perco-me, a lembrar dos dias em que caminhávamos juntos ao sol,
juntos em nossos corações, sentimentos entrelaçavam-se, caminhos se traçavam
O destino estava sendo selado.

A dor,
a inevitável dor que acompanha teu coração me faz reclinar a tua paixão
Paixão esta que me deita em um mar de infindável ilusão.

Muito além do expoente da transformação,
está a base de nossa relação

Nos deitamos no verde gramado do destino,
após refletir, segamos, um a um , nossos pedacinhos
e quando juntarmos todos
construiremos nosso pequeno e infinito castelinho

e assim continuamos; sozinhos
e assim nos vemos cada vez mais longe do fim
cada vez mais longe do terror que insiste em nos atingir nos elos fracos

como já fora dito :
- "O corpos em si serão óbitos"
o outro lado e meu amor por ti, jamais
E tal modo sigo; sussuro baixinho em teu ouvido , para que não acordes do lindo sono

-Para sempre, meu amor.

Poeta desocupado



Ao leitor:


o que lês não é uma poesia.
são apenas meras palavras; algo que um poeta desocupado resolveu escrever em um momento de tédio

escrevo em caixa baixa para a nada dar o respeito de ser uma frase ou substantivo (embora inevitavelmente seja)

na primeira estrofe , relaciono os nomes com os sentimentos, intercalando-os e usando termos complexos para confundir-te
(e para ,ao mesmo tempo, locupletar teu minguado léxico com termos de cunho anacoluto, exemplificando-os em sua pantomima exuberante.)

na segunda estrofe deixo-me a mercê das idéias e das rimas
esperando assim, poder simplesmente deixá-lo bonito por suas .... rimas(??).

neste ponto ,as ... rimas , já não mais importam
só importa a morte como solução para o romântico
como um escape para sua dor, para seu fardo , para seu sentimento de culpa por
não ter conseguido o coração de sua amada.

a estes, digo que guardem sua dor e seu fardo para momentos importantes.

Aos poetinhas cinéticos,

que ao resolverem escrever seus textos
assim
assim
assim
assim
:
:
:

acabaram ficando bêbados em suas próprias sílabas


tenebrosamente bêdabos me saus pórirpas slabías ...


a todos, lhes faltam juízo.

Fim de meus tempos - Duas meditações



1- Uma mão agarrou a fria adaga
a outra tomou-me o peito

Desferindo-lhe um leve golpe
retiro de dentro de mim todo ar e receio

Então eu(em minha calma), sego, separo...
parte por parte tudo vai se espaçando,
tudo vai se clareando.

A névoa se esvaece
o corpo se exausta

E rapidamente tudo se transforma em nada mais que um simples passar

E o que me resta, agora, é somente água,pó e ar ...




2- Do pó , da água e ; passei ao meu estado de pensamento inconsciente

estado onde tudo se encontra, tudo se cruza em um só lugar.
Um lugar só meu

Lugar esse em que a terra, o centro e o firmamento, e teu amor são um só
Se fundem, se laçam , selançam, se entrelaçam

E agora, o que me resta ?

Resta-me apenas ; apenas o nada.
Resta-me apenas o eterno, o inexplicável, surreal
Enquanto eles (do outro lado) vêem a alma vagar pela eternidade, sua eterna prisão,
eu ,deste lado , arranjo alguém pra me confortar, para me segurar.;

A saudade torna-se amiga, a tristeza é o conforto do dia-a-dia
Esta me afaga, aquela me ensina a natureza da solidão

Na essência da palavra me mantenho, me suporto ..
Os corpos em si serão óbitos
As almas em si (e meu amor por ti) , jamais.

Partida

Não ouse me dizer do que valeu a pena
como se estivesse a tentar mostrar-me o lado bom desta ilusão

E quanto a minha paixão.. sim , possues o dom
Fará dele mal uso.. enquanto do outro lado, afagas meu peito com tua pena

Pena esta que te dei quando pensavas em ti
Quando acreditava que em teu peito, meu amor (somente o meu) morava.

Pena que agora o que era pura e verdadeira atração
se transformou em minha dor ,somente minha.

E como num jogo de azar com o coração, brincas ...
perco tudo, restando-me apenas a doce ilusão

(estando eu já em um macio colchão)


Poderia eu pensar, que um dia(e não mais que um dia)
tu voltará ao lar ?

Aos Leitores

Tudo muda... as pessoas... os sentimentos, os amores e desamores. A gota d'água não pára de pingar de boca em boca. Afinal, tudo está na natureza, encadeado e em movimento.

Este blog tem como objetivo tentar guiar a fina linha que une a mais pura sensibilidade de um amor verdadeiro ao desejo que possuímos de ter um de tão forte ardor para si. Necessitamos, sim, mas não o admitimos; pois assumindo-o, estaremos assumindo um coração fraco, mas ai veremos enfim nascer uma alma ansiosa, faminta, buliçosa, uma alma feliz .

O escritor às vezes toma o papel do eu-lírico, tornando-se o próprio. Sim, o próprio poeta. Ele sim; que já andou aos trancos pendurado nas quinas dos barrancos. Ele, que já não teve tempo nem amigo e nem futuro, como uma simples piada que pode dar em risada ou punhalada com uma mesma garrafa de cachaça e que acaba em carnaval ou desgraça. Ele, que vivia de repente, pois não sabia o que vinha pela frente... então costurava fantasias.. e talvez, morrendo em agonia por amor ou por ciúmes.

Afinal, só de meras frases bonitas, ambição e desamor, nossos olhares vão ficar tortos, desmbrenhados. Então façamos deles o mais puro linho para atá-lo a nossos peitos como a luz da estrela que ilumina e guia a vida de quem vive na banda pobre de um coração.

Por fim, apresentamo-nos.